Prefeitura de SP fará ação nas ruas do Brás nesta sexta para mapear vagas em lojas e intermediar contratações

  • 15/08/2025
(Foto: Reprodução)
Anúncios de vagas de emprego no Brás e no Bom Retiro Alobrás/Paola Patriarca/g1 A Prefeitura de São Paulo fará nesta sexta-feira (15) uma ação nas ruas do Brás para identificar e cadastrar vagas de emprego oferecidas por lojistas da região. A medida faz parte de uma parceria com a Associação de Lojistas do Brás (Alobrás) com o Centro de Apoio ao Trabalho e Empreendedorismo (Cate) para tentar reduzir o déficit de cerca de 10 mil postos abertos no comércio local. O g1 mostrou no dia 7 de agosto que placas com anúncios de vagas de emprego estão tomando conta das vitrines de lojas no Brás e na Rua José Paulino, no Bom Retiro, tradicionais comércios populares. Lojistas relataram dificuldade para contratar funcionários (leia mais abaixo). ✅ Clique aqui para se inscrever no canal do g1 SP no WhatsApp Conforme a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, equipes do Cate irão percorrer nesta sexta, a partir das 10h, as ruas Oriente, Miller e Casemiro de Abreu para apresentar os serviços de intermediação de mão de obra da administração municipal e cadastrar as vagas disponíveis dos lojistas interessados. Ainda conforme a pasta, outra ação com a Alobrás será o Contrata SP – Brás, que é um mutirão de empregabilidade. Ele está programado para ocorrer em setembro. "Estimativas da entidade apontam que há por volta de 10 mil vagas de emprego no comércio local, nos mais variados perfis e em cargos operacionais como de vendas, administrativos, fabris, entre outros", enfatizou a secretaria em nota enviada ao g1. Escassez de mão de obra Lojistas do Brás e do Bom Retiro relatam dificuldade para contratar De acordo com Lauro Pimenta, vice-presidente da Alobrás, as principais vagas são para vendedor, caixa, cortador, overloquista, repositor, área administrativa, mas há oportunidades até para gerentes. “No mínimo 80% das lojas precisam de pelo menos uma pessoa. Queremos colocar um link do Cate dentro do site da Alobrás para ajudar a preencher essas vagas”, afirmou. Ainda conforme Lauro, todos os lojistas da associação estão "em uma corrida antecipada". "Falta mesmo mão de obra. Se deixarmos para a época que sempre procurávamos, que é de setembro em diante, não vamos achar, porque, hoje, um autônomo se vê mais recompensado que um CLT. A escala 6x1 também afasta as pessoas mais novas." Plaquinha permanente Anúncios de vaga de emprego no Brás, Centro de SP Lauro Pimenta/Alobrás Heloilson de Castro do Canto Leite é comerciante há 31 anos e tem uma loja que vende bolsas, malas e sacolas no Brás. Ao g1, ele relatou que precisa de 10 funcionários. “Faz mais de um ano que eu não tiro mais a placa da frente [da loja]. Sempre está precisando de embalador, principalmente jovens de 18 anos até 30 anos, além de funcionária para atendimento. Está todo mundo passando por essa dificuldade”, afirmou. A comerciante Sandra Maria da Silva conta que tinha uma loja no Brás desde 2014, mas precisou fechar as portas em fevereiro deste ano por encontrar dificuldade em contratar mais pessoas e não conseguir se manter com apenas dois funcionários. Agora, ela vende as mercadorias através de plataformas on-line. “O horário dos funcionários era das 4h às 13h, e o salário, de R$ 2.500. Atraía muita gente. Mas no máximo de 15 dias já pediam demissão. Chegavam atrasados, faltavam às segundas-feiras, deixavam a loja sozinha ou até dormiam”, relatou. Sandra também afirma que, mesmo com o modelo on-line, a dificuldade de contratar funcionários persiste. “Estou procurando alguém para ajudar na separação de pedidos, embalagem, impressão de etiquetas e emissão de notas fiscais. Mas é difícil por três motivos: muitos não sabem mexer no computador, mesmo com treinamento; outros desistem logo após o primeiro salário, às vezes trabalham só quatro dias; e há os que ficam, mas faltam às segundas e aos sábados”, explica. Dunia Saed é comerciante há 16 anos no Brás e tem cerca de 30 vagas abertas em suas lojas. “Desde vendas, reposição, estoque e também na parte de atendimento digital, como e-commerce, SAC e marketing. Não encontramos mão de obra, nem qualificada e nem não qualificada”, ressalta. E complementa: “Essas vagas ficam abertas o ano todo porque, na maioria dos casos, além da dificuldade de encontrar essas pessoas qualificadas para a vaga, a rotatividade de colaboradores está muito grande. Alguns deles nem sequer passam do período de experiência, e não é porque nossa empresa não quer registrar, eles mesmos não se adaptam à empresa e acabam saindo”. Sete meses de procura Anúncio de vaga na rua José Paulino, Bom Retiro Paola Patriarca/g1 O g1 também esteve na Rua José Paulino e constatou que a situação é a mesma que no Brás. Mais de 40 lojas estão com anúncios nas vitrines para vagas de emprego — desde vendedor até gerente. Uma vendedora relatou que a loja em que trabalha ficou sete meses tentando contratar funcionários. “Ninguém quer mais trabalhar aqui, e isso sobrecarrega quem ainda está, porque ficam poucas vendedoras atendendo as clientes que chegam do país todo”, afirmou a vendedora. Segundo a Câmara de Dirigentes Lojistas do Bom Retiro, duas em cada três lojas estão com falta de mão de obra em vários setores. Uma representante ouvida pelo g1 e que preferiu não se identificar informou que a prefeitura ajuda, mas não se encontra quem queira trabalhar no comércio. Em nota, a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e Trabalho informou que mantém diálogo com todos os setores que podem ajudar a gerar empregos e renda na cidade. Segundo o comunicado, a pasta recebeu em 1º de agosto "representantes da Associação do Brás, e as equipes técnicas do Cate estão analisando as demandas da entidade para desenvolver ações conjuntas ainda neste ano. Essas ações visam facilitar a entrada de novos profissionais no mercado de trabalho. O Brás é conhecido pelo seu comércio vibrante, o que demanda uma mão de obra constante para atender a clientela de todo o país que frequenta esse importante polo de compras na capital". O que causa a escassez no comércio popular? Segundo Vivian Almeida, professora de economia do Ibmec, num cenário com baixas taxas de desemprego, a oferta de mão de obra tende a ser menor para postos que costumam pagar menos, que não exigem uma habilidade técnica específica ou têm alta rotatividade. A taxa de desemprego no Brasil foi de 5,8% no segundo trimestre de 2025, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, divulgada em 31 de julho pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O índice do trimestre encerrado em junho representa a menor taxa da série histórica iniciada em 2012. "Se você primeiro ultrapassa a barreira de reduzir o desemprego e, com isso, atinge um público maior, mais pessoas ofertam a sua força de trabalho. As pessoas começam a ter a possibilidade de escolher os seus trabalhos. Para que ela troque aquela situação, ela precisa ter uma oferta melhor em termos de renda, que é basicamente o que a gente procura quando oferta a nossa força de trabalho", afirma. Segundo o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de São Paulo, Mauricio Stainoff, a escassez de mão de obra atinge não só o chamado comércio popular, mas também diversos outros segmentos do comércio, como supermercados e shoppings, por exemplo. "A rotatividade supera 30% dos empregos, o que dificulta e encarece o treinamento. O comércio é a porta de entrada para o mercado de trabalho, pois a exigência de qualificação é menor e os salários, especialmente os não comissionados, são mais baixos. A remuneração está diretamente relacionada à produtividade", afirmou. "A produtividade brasileira, de forma geral, é baixa se comparada à de países mais desenvolvidos, pois está limitada pela baixa qualidade do nosso ensino e pelo alto custo da mão de obra, em que o trabalhador recebe apenas metade do custo total que representa para a empresa naquele posto de trabalho". Ainda conforme Mauricio, é natural que o jovem troque de emprego ao conseguir uma colocação melhor. "Soma-se a isso o horário de trabalho, com jornadas que se estendem aos sábados e, em shoppings e supermercados, também aos domingos". "Esse problema não é recente, porém se intensificou durante a pandemia. Muitos buscaram trabalhos ou empreendimentos informais, onde o horário é flexível e a remuneração é diretamente proporcional ao esforço, mesmo sem garantias trabalhistas", complementou. Mais de 40 mil postos de trabalho formais em junho O estado de São Paulo fechou junho com 40.089 novos postos formais, resultado de 678.491 admissões e 638.402 desligamentos. Os números são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged), divulgado na segunda-feira (4) pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Conforme os dados, no acumulado do ano, São Paulo acumula 349.904 novos empregos formais entre janeiro e junho de 2025. Como comparação, em todo o ano de 2024, o estado paulista gerou 455.252 novos postos de trabalho com carteira assinada. Em junho, São Paulo apresentou desempenho positivo nos cinco grandes grupamentos de atividades econômicas avaliados. O destaque foi o setor de serviços, que terminou o mês com saldo de 23.013 vagas. Na sequência aparecem: Comércio: 9.109 Agropecuária: 6.378 Construção: 947 Indústria: 642 A capital paulista foi o município paulista com melhor saldo em junho, com 16.859 novos postos. A cidade tem um estoque de 5 milhões de empregos formais. Na sequência dos municípios com melhores desempenhos no estado aparecem: Barueri (3.634), Osasco (2.511), Guarulhos (1.903) e São José dos Campos (1.618). Mercado de trabalho tem escassez de mão de obra em diversas áreas MP vai investigar compra de drone de R$ 365 mil sem licitação pela Prefeitura de Diadema contra bailes funks

FONTE: https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2025/08/15/prefeitura-de-sp-fara-acao-nas-ruas-do-bras-nesta-sexta-para-mapear-vagas-em-lojas-e-intermediar-contratacoes.ghtml


#Compartilhe

Aplicativos


Locutor no Ar

Peça Sua Música

Envie seu WhatsApp pra nós, em breve lhe retornaremos, ou tocamos seu louvor!

Top 5

top1
1. Raridade

Anderson Freire

top2
2. Advogado Fiel

Bruna Karla

top3
3. Casa do pai

Aline Barros

top4
4. Acalma o meu coração

Anderson Freire

top5
5. Ressuscita-me

Aline Barros

Anunciantes